"No dia de hoje, data de comemoraç?o do primeiro aniversário da fundaç?o da Sociedade ?Dhâranâ? publica-se a respectiva Revista, cujo retardamento em aparecer, teve uma causa, as dificuldades materiais e morais que lhe sobreviveram e já do conhecimento de todos os associados.
N?o iremos recapitular estes fatos, muito comuns aos empreendimentos concernentes ?s obras de espiritualidade, pois, além de já serem passados, n?o s?o nada lisongeiros aos seus autores e mesmo porque já se converteram nos triunfos obtidos pela novel Sociedade, graças ? providencial resignaç?o e coragem, demonstrados por todos os visados nas arremetidas furiosas de perfídia e calúnia.
?Dhâranâ?, porém, n?o sendo uma obra humana, n?o está ? merc? destas misérias que, quando muito, entristecem aos seus Diretores e associados, pela perturbaç?o passageira que lhes ocasiona no plano material, mas, que servem eficazmente para retemperar-lhes o caráter e robustecer-lhes a fé imarcescível que eles depositam na palavra dos Mestres.
A despeito das injúrias, das traiç?es, do menoscabo e do enxovalhamento que fizeram do seu nome, ?Dhâranâ? completou o seu primeiro aniversário, com todos os contratempos inerentes á infância que desabrocha, mas, também com todos os mimos e carícias que se prodigaliza aos seres a quem se quer bem.
Nesse lapso de tempo, ?Dhâranâ? já divulgou o seu manifesto ao povo brasileiro, definindo a sua raz?o de ser como uma Sociedade Mental e Espiritualista, de onde surgem deveres, cujo programa, irá sendo desenvolvido de acordo e ? medida que ele for sendo revelado pelos seus Augustos e Veneráveis Dirigentes.
?Dhâranâ? apareceu, portanto, como uma obra prática, destinada a cumprir os altos ensinamentos de todas as Religi?es que pregam o Amor, a Luz e a Paz.
?Dhâranâ? veio para conciliar os dogmas científicos com os aspectos religiosos esparsos pelo mundo, estabelecendo a harmonia do coraç?o e da mente, pelo diapas?o espiritual do sol sustenido, misteriosa vibraç?o que competiu ao Brasil, na orquestra mística do concerto universal.
?Dhâranâ? surgiu, em suma, para congregar e construir, para aspirar e vivificar, para proteger e segurar a Vida e o Caráter, a Sabedoria Profana e a Sagrada, únicos tesouros eternos que recebemos como precioso legado das m?os da Provid?ncia.
?Dhâranâ? deseja estimular nos homens adormecidos, a força poderosa do Pensamento, por demonstraç?es práticas, reduzindo os célebres milagres ?s simples proporç?es de fenômenos naturais, satisfazendo assim ? Ci?ncia, sem escandalizar a Religi?o.
?Dhâranâ? n?o se bate absolutamente pela unificaç?o dos credos, pois tal empresa redundaria em retardar a marcha do Progresso. A unificaç?o que ?Dhâranâ? apregoa e deseja, é a dos Homens com Deus, pois este é o nosso Único Pai, e aqueles s?o os Seus únicos filhos. Tal modificaç?o chama-se Fraternidade e todas as Religi?es a pregam, faltando t?o somente, agora, realizá-la.
Para tal realizaç?o, pois, é indispensável o concurso de todas as pessoas de boa vontade, é imprescindível a aproximaç?o de todos os credos, respeitosos e tolerantes uns com os outros, para evitar-se a dissonância natural quando os instrumentos s?o desiguais e dessemelhantes nas habilidades e nos pendores de cada vocaç?o.
Se a harmonia resulta, como diz o provérbio, da analogia dos contrários, é lógico e intuitivo, que os ensaios da Sociedade ?Dhâranâ? exijam muitas e muitas vezes repetiç?es e que em várias delas, haja algumas discordâncias, fáceis de prevenir, porém, pela atenç?o, pelo esforço diligente e pela boa vontade geral.
?Dhâranâ? saúda pois aos brasileiros, ? imprensa do Brasil, ?s sociedades cong?neres, para todos abrindo as suas portas e franqueando as suas colunas.
Niterói, 10 de Agosto de 1925
A REDAÇ?O"