Linhas da Tristeza e da Esperança
Essas são as primeiras linhas que me aventuro escrever após a partida de meu Amado Pai para o mundo dos vivos que se passam por mortos…. É preciso coragem… fazem 11 dias que ele partiu…
Notei agora que fazem 11 dias… a coragem esta expressa… quantas vezes pensei e temi o momento da partida dele? seria o meu maior medo? como tenho reagido a isso tudo? tantos pensamentos tantas coisas me vem a mente.. o sentimento é sempre muito claro… uma tristeza. uma saudade. um aperto.. um Vazioooo tremendo.
Por mais que saibamos da necessidade dessa maya da `morte` é inevitavel pensar os perigos e possibilidades que ha do outro lado… teria meu pai Skhandas suficientes para voltar de onde veio? A Tao amada São Lourenço.. queremos acreditar que Sim… só lembramos das mais belas realizações do Grande PC… do Grande Paulo.. verdadeira coluna temporal dessa familia.. com coragem e perseverança, um coração alegre e altruista, realizou os 56 arcanos com dignidade!
Queira essa alma peregrina que carrego, veicular, valorizar, aproveitar os valores que meu pai tanto exercitou.. sendo amavel, com todos.. sociavel! Altruista….. sempre alegre.
Quis a Lei que ele retornasse no dia 26 de Fevereiro de 2011… as 16hs…. uma alegria tremenda no dia 24 de Fevereiro tomo expressão no coraçao dessa familia ao anunciarem de Canarana o Reconhecimento das Leis Humanas à paternidade do Cauê a Mim e a Ana…tamanha alegria fez meu pai chorar de alegria.. extravasar com amigos e desconhecidos que estavamos assegurados por essa lei… parecia que faltava apenas isso…
Aposentou, teve o neto Lucas, tambem apelidado de “Paulinho” varias vezes por mim e alguns amigos pelas semelhanças… encaminhou a empresa do filho, onde depositava sua maior insegurança em relação ao futuro… e ao receber a noticia da guarda definitiva, como observado pela Ana: o Filho assume a função de Pai para que o Pai volte ao segundo trono qual vigilante silencioso…. tutelando a vereda do filho….
o Dia 25 foi tenso, por problemas na empresa que envolveram ele e a mim… dia 26 acordou e foi pra academia, forçando demasiadamente o fisico.. foi ter ao hospital de carona com uma visinha que foi pega de surpresa na garagem pela minha irma… mais uma causalidade, mostrando que para a Lei tudo esta certo e equilibrado… embora que aos nossos pobres olhos o vazio a tristeza a duvida…….. A “Vizinha” deu carona e foi muito eficiente… deixou meu pai e minha irma no hospital São Camilo.. o encaminhamento foi rapido e identificaram a parada cardiaca…
levaram de 2 a 3 horas para conseguir desobstruirem 2 arterias que estavam entupidas.. e quando conseguiram o coração não mais voltou a bater…
A Vizinha ao saber da triste noticia chorou muito e confessou que se culpava pelo pai ter tido uma parada cardiaca e ela nao pode leva-lo ao hospital a tempo..
Recebi a noticia em Xavantina e tive um dos piores dias da minha vida… respirava para nao passar mal.. lutava para ter AR que parecia nao fazer efeito… passei a tarde na ansia de saber se ele teria o direito de continuar sua jornada.. o novo capitulo de sua vida estava apenas começando, como poderia estar acabando?!… deitava no sofa da sala e buscava alguma realização no plano causal ou até mesmo animico, ajudando da forma ou com os veiculos que conhecia…. me veio a mente que se ele suparesse essa parada, poderia haver outra em viagem comigo ou com outras pessoas.. dirigindo… nao soube dizer se era meus medos se revelando ou um veu da verdade…
O Fato foi que alguns minutos depois recebi a noticia que pensava nao ouvir tao cedo…
Meu mundo desabou.. chorei com aninha… mas chorei pouco.. embora o sentimento era indefinivel. (ssempre me perguntei quando iria chorar novamente e sempre soube que essa seria uma das situações… tudo nao deixa de ser um verdadeiro observatorio de minha natureza)…
compramos as passagens de aviao e aguardavamos o horario do onibus para chegarmos o mais rapido possivel.
A Familia ajudava como podia minha mae e minha irma.. eu e minha irma e algumas vezes minha mae conversavamos ao celular enquanto aguardavamos a definição na sala de emocardiograma… cada um a sua maneira fazia oq podia para que o quadro fosse revertido…
Pouco antes de partirmos de Xavantina Carina e Eric apareceram em casa… conversamos um pouco sobre o ocorrido.. quando Eric chegou (pouco depois da carina) ficou sabendo do ocorrido e tomou algumas palavras… nao lembro exatamente quais foram ou em que momento foi mas a emoção me tomou e chorei com mais naturalidade… me lembro do pensamento querer observar como eu soluçava e chorava para ter registro… nao sei pq dou tanta importancia para isso.. talvez pq queira ser mais espontaneo mais humano ?!… enfim… me senti a vontade com os amigos que ali se encontravam.
A Vinda para São Paulo foi uma história a parte.. a coluna quase travada, mal conseguia andar.. a mente e as emoções a flor da pele… a ansiedade de chegar, enquanto tudo acontecia.. o velorio… minha mae “sozinha”.. minha irma parecia lidar muito bem com tudo isso.. alias ate hoje me surpreendo como ela tem lidado com tudo… parece que ainda nao caiu a ficha, como costumamos dizer… tem sido menos traumatico que pensei…
Eu pensava o caminho todo como seria a minha reação ao me defrontar com meu pai.. com toda a situação… e quase sem conseguir andar.. chegamos…. eu não consegui achar o velório, pois estava na igreja Salete.. e minha prima Renata e meu primo Victor foram ao nosso encontro para nos levar ao Velorio… Eu e Aninha entramos juntos.. ao meio da multidao procurava minha mae.. passei por todos como se nao os visse mirando o Caixao no centro das 4 Velas… la me deparei com ele… minhas emoçoes?!… parecia um grande teatro.. a aparencia dele me tranquilizava… parecia bem.. parecia apenas dormindo.. sentia como se tudo fosse um grande teatro… fiquei meio anestesiado… abracei aninha, beijei-a.. e fui comprimientar os parentes… amigos etc.. procurando ainda minha Mãe… que era a primeira pessoa que queria encontrar… ela havia ido a meu encontro na escada e eu subi de elevador por conta de minha coluna.. no elevador escondido por onde sobem e descem os caixoes…
Encontrei-a abrecei-a e ela estava assim muito triste como era de se esperar.. chorou muito mas tive a tranquilidade para consola-la…
Assim passou o velorio e o enterro logo em seguida.. num cemiterio muito bonito na serra da cantareira, zona norte de SP… o sol estava forte.. e a chuva estava chegando… minha vó estava inconsolavel… muito triste… parecia estar bem ciente da perda de um filho… assim como o Igor que sentiu muito a partida do tio…
Por fim, ao terminar o enterro a chuva chegou… e choveu por 10 dias… digo, o frio a falta de sol, a garoa… hoje que o tempo abriu um pouquinho… ao fim do carnaval… passou a missa de setimo dia que minha familia fez questao….
Apos o enterro, ao fim do dia, quis ainda ir na clinica de fratura da ZN para resolver o problema de minha coluna… tomei injeção mas nao adiantou… fui no hospital no dia seguinte e na clinica.. tirei radiografia, tomei 2 injeçoes e voltei pra casa, abaixei ao final do dia para abraçar o Cauê e ao levantar fiquei pior.. fui para cama de minha mae e nao consegui sair.. ali fiquei por mais 2 dias, tomando um medicamento que meu tio Guido me deu e minha tia margareth havia tomado em situaçao parecida…
os dias passaram vazio e em meditação… nem os vi passar… pra mim nao parecia importar… tentava acessar e-mails no celular ou laptop mesmo na cama.. mas com pouca vontade de responde-los.. apenas para saber oq se passava…
o mundo girava e eu ali parado.. a familia anestesiada… cade meu pai? o pivot de toda essa familia e muito mais pessoas?!… e a agencia? e tudo….?…
assim foram passandos os dias… as dores da perna foram melhorando, marcamos um medico indicado por meu tio Guido e nesse dia sai de casa…. a perna foi aos poucos melhorando com os medicamentos fortes, meio dopado, e aos poucos fui retirando… passou o carnaval, hoje foi o primeiro dia util, quarta de cinzas… e fiz acunpuntura pela manha e ja marquei as sessoes de fisioterapia. 3x por semana… a perna tem estado muito melhor… mas ainda dormente…
Acabo de ver os exames da Ressonancia Magnetica e parece haver uma hernia ou algo do tipo.. vamos levar ao medico.. por hora fica a consciencia da necessidade de exercicios regulares, atencao ao fisico, menos ansiedade, etc…
Aninha, Caue e a mae dela partiram na segunda feira… houveram muitas coisas nesse periodo que acabaram por ocupar nossas mentes e deixar menos espaços para melancolias…
as noites foram mais dificieis… muito tristes mesmo… mas parecem estar melhorando.
Domingo, dia 6, combinamos de comemorar o aniversário do cauê na casa minha vó… foi uma grande festa embora nao esperasse… pensei num cafezinho de 2 horas… mas me surpreendi.. o Carlos e Marcia apareceram, foi a familia em peso e todos levaram presente, enfeites, docinhos… compramos bolo e lanche.. e acabou se tornando uma grande comemoração… Cauê ficou muito contente e animado….
na segunda ja tiveram que partir, aninha, caue e a mae dela… Voltaram para Xavantina para Aninha poder atender os pacientes e Caue voltar para escola… Eu estou em SP e pretendo ficar pelo menos até a ida do Cauê no centrinho em Bauru… precisamos encaminhar as coisas por aqui no plano dos efeitos para nao sofrermos o carma por inercia ou ignorancia.
Meu pai deixou tudo que podia em termos de bases materiais e familiares… o pouco que teve soube construir com solidez e dar garantias para que a familia seguisse com independencia.
Cabe-nos Honra-lo e fazermos o nosso melhor… sobre mim ainda sinto o peso das Responsabilidades Espirituais, pois todas as garantias e oportunidades que tive resumem-se a essa realização que vejo Familiar… preciso dessa Superação em nome de Todos…
Meu pai realizou os 56 arcanos menores.. resta o Filho realizar os 22 maiores, embora tudo parece invertido, parece certo….
Minha mae me mostrou o caminho da espiritualidade, eu segui por Vontade propria, meu pai deu as bases e mesmo nao entendendo e as vezes nao concordando deu suporte para qualquer realização… e a vida segue como esta.
O Chamado para uma nova Realidade nunca se fez tao forte… se eu ja sentia essa necessidade nessa nova fase em Xavantina com as conversas com Eric e o sentimento interno da necessidade da Realização de abrir a mente e os veiculos para entrar consciente nessa Realidade ja eram fortes… com a partida de meu Pai parece uma necessidade.
Queira Meu Senhor que eu ainda não tenha desperdiçado todas as chances que me foram dadas… parece que ainda insisto nos erros do passado.. como é dificil avançar na iniciação… parar não é possivel… ignorar é sofrer… só resta prosseguir com confiança, fé e coragem.
O Futuro a Lei pertence… que eu tenha a sabedoria necessaria, a força e a coragem para alcançar a Verdadeira Superação.
Queiram os Deuses que meu Pai esteja Bem, Sereno, Seguro, Integro, Tranquilo em seu verdadeiro Mundo, em seu verdadeiro Corpo… em breve nos re-encontraremos. No mais sublime At Niat Niatat.
em tempo: 3 anos do Caue Damasceno Leite….
56 = 11, estamos tbem em 2011 que alem do 2x 11 = 22 tbem é 4 – a terra o quaternario ou tbem o Touro.
no dia em que aninha foi partir (segunda as 16h) a coluna me pegou na lombar do lado esquerdo, diferentemente do direito que me vinha doendo desde que voltei com meu pai para o MT… como que anunciando esse momento?!…. segunda pela manha o lado esquerdo pegou para melhorar logo em seguida que aninha, caue e ana partiram… algo como um reflexo das minhas inseguranças.. o lado esquerdo para a familia e descendentes e o direito para a segurança, paternidade e ascendentes?!… curioso…
somando ainda a tudo isso o motivo do stress na empresa é um post a parte.. logo a partida de meu pai pareciamos ter resolvido o problema, para em seguida acontecer um mais serio parando todas as cidades exceto ouro-fino.. palco do stress acerca do supermercado baleia… até hoje o problema não foi por completo solucionado. E ficou ainda para re-avaliarmos os investimentos que meu pai estava fazendo junto com seus amigos da vivo.
por hora matando os dragões que aparecem com um minimo de planejamento… a vida segue e é vencer ou morrer.
termino esse post saudando a LEI, os Excelsos Senhores Manu, Yama, Karma e Astaroth!
Deixe um comentário